Carrilho da Graça

PONTE PEDONAL SOBRE A RIBEIRA DA CARPINTEIRA + MUSEALIZAÇÃO DA ÁREA ARQUEOLÓGICA DA PRAÇA NOVA DO CASTELO DE S. JORGE

Ponte Pedonal sobre a Ribeira da Carpinteira

“A ponte da Carpinteira reflecte, em resultado da sua tipologia particular dentro da objectualidade arquitectónica, uma situação em que a experiência da exterioridade do sujeito é sublinhada e extremada e, simultânea e paradoxalmente, a possibilidade de uma experiência próxima da inclusão se afirma no necessário envolvimento físico desse mesmo sujeito, tornado actor… A ponte desenha-se, como uma serpentina de Hogarth, entre dois pontos distantes entre si 220 metros, e 52 metros acima de um vale outrora parte activa da cidade dita fábrica da Covilhã, vale que o declínio da indústria de lanifícios subtraiu aos lugares habitados da cidade, e instala, mais do que uma ruptura, um deslize no paradigma Euclidiano: na presença de obstáculos, a distância mais curta entre dois pontos pode ser uma linha curva, como nos afirma o Galileu de Brecht. Branca nos paramentos exteriores, e negra nos intradorsos, a ponte afirma-se como um pórtico na paisagem, quase abstracto e, à distância, quase materialmente indefinível, espécie de impossibilidade ou miragem…”

Musealização da área arqueológica da Praça Nova do Castelo de S. Jorge

A colina hoje ocupada pelo Castelo de São Jorge é o sítio primeiro da ocupação humana — datada da Idade do Ferro — que transfiguraria em lugar a elevação estratégica sobre o estuário do Tejo e o seu território interior que deu origem à cidade de Lisboa. No conjunto amuralhado, a Praça Nova do Castelo ocupa um promontório intramuros, delimitado por estruturas defensivas a Norte e a Oeste, e pela Igreja da Santa Cruz a Sul, promontório com um domínio visual que se estende, por sobre as muralhas a Este, desde a cidade aos seus pés até ao horizonte do estuário.

 

Editor

José Manuel das Neves