João Mendes Ribeiro (JMR) tem perseguido ao longo da sua já longa e diversificada vida de arquiteto a ideia de que “construir é dar forma à verdade”. Para ele a vida é o fator decisivo neste processo. Por isso a importância que dá à questão da habitabilidade, da apropriação do espaço pelos corpos e gestos, da utilidade da beleza que se desprende nas suas criações.
Considerando o conceito de Novalis de que “a poesia é o autêntico real absoluto”, a fórmula “quanto mais poético mais verdadeiro” traduz com precisão a obra de JMR. Trata-se de uma produção baseada em ações de reabilitação, de transformação, de reutilização de estruturas que sempre funcionam como mote para a metamorfose. JMR procura compreender o invisível, desvendar o sentido dos fragmentos que sempre existem, entender a cultura autóctone do construir, para refletir com a humildade e a erudição poéticas nas aproximações à obra, afinal sempre nova, realizada com a mesma lógica e delicado equilíbrio entre o neutro e o excecional.(…)
(Ana Tostões)
Editor
José Manuel das Neves