Jerónimo Heitor Coelho

Jerónimo Heitor Coelho

Vasco Fernandes, o célebre grão Vasco, foi um dos maiores pintores portugueses do século XVI. A sua obra faz parte da história da arte portuguesa do Renascimento. A pintura deste grande mestre exprime a criação artística como um meio de expressão e de comunicação intemporal.

Cinco séculos depois, a fotografia é igualmente um meio de expressão e de comunicação intemporal. Dentro das várias dimensões criativas da fotografia, os fotógrafos têm encontrado caminhos diferenciados: uns mais inclinados ao ensaio estético e plástico da fotografia como objeto artístico em si mesmo, outros mais dados ao valor documental da fotografia como meio de fixação do instante irrepetível, conciliando a plasticidade dos objetos com sua carga documental, muitas vezes histórica e patrimonial.

Jerónimo Heitor Coelho, na ânsia de um permanente desafio às suas capacidades criativas e aos segredos do seu ofício parece perseguir três compromissos :
–  Os valores estéticos
–  A leitura documental
–  A perfeição técnica
Há por isso um pensamento pictórico na sua fotografia, que carateriza de realismo mágico, seja na harmonia das arquiteturas ou no equilíbrio dos espaços, seja na composição dos interiores ou na densidade humana dos retratos. E como manifesto artístico a que se auto impõe, ele, como verdadeiro Humanista que é, parece ter apreendido a sábia lição dos valores do Renascimento Clássico. De facto, na sua obra há decoro, há ordenação, há disposição, há simetria, há pharmonia.